QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON APÓS TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Abstract

A DoençaParkinson é um distúrbio crônico e degenerativo dos gângliosda base que se caracteriza por redução de dopamina na via nigroestriatal, o que resulta em morte de neurônios na substância negra cerebral.Com a evolução progressiva da doença, começa a aparecer complicações secundárias decorrentes dos sinais e sintomas físicos comprometendo a saúde mental, emocional, social e econômica do indivíduo, o que leva muitas vezes à incapacidade, causando piora na qualidade de vida. O objetivo desse estudofoi verificar se há modificação da qualidade de vida de parkinsonianos após o ingresso destes em um programa de fisioterapia em grupo.Estudo prospectivo, realizado no período de novembro de 2013 a março de 2015. Foram convidados a participar, pacientes na Clinica Escola de fisioterapia da Universidade do Sagrado Coração (USC) com diagnóstico de Doença de Parkinson que estivessem há pelo menos dois meses sem fisioterapia ou aguardando serem chamados em lista de espera, independentemente da idade, sexo ou estágio da doença. Foram excluídos pacientes portadores de outras sequelas neurológicas não relacionadas á Doença de Parkinsonou que não compareceram em pelo menos 70% das sessões de fisioterapia após a realização da avaliação inicial. A qualidade de vida foi mensurada pelo Parkinson Disease Questionary-39 (PDQ-39). A força muscular foi avaliada com o dinamômetro “Jamar”.Participaram do estudo cinco pacientes, dois homens e três mulheres, com idade de 39 a 80 anos (média 65,8 anos ± 16,6). O tempo médio de doença foi de 14,8 anos (±5,7) e se encontravam entre os estágio 1 e 3 da doença pela escala de Hoen-Yahr. Observa-se que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos domínios mobilidade, emocional, bem estar, estigma, suporte social, cognição, comunicação e desconforto corporal pré e pós-intervenção. Somente o domínio AVD, aumentou significativamente pós-intervenção em pacientes portadores de Doença de Parkinson.Em relação à força de preensão palmar pode-se considerar que não houve diferença neste aspecto antes e após a intervenção. A análise do estudo realizado não obteve diferenças significativas para se afirmar o quanto de melhora na qualidade de vida de pacientes com a doença de Parkinson se pode obter com o tratamento fisioterapêutico, a amostra utilizada foi pequena e o tempo de intervenção foi curto, é necessário maior aprofundamento nessa questão mais tempo de pesquisa e uma amostra maior, novos estudos nessa questão devem ser realizados, mas já se sabe que a fisioterapia aplicada no tratamento da doença de Parkinson como em outras patologias e até mesmo em indivíduos sadios proporciona melhora relevante na qualidade de vida.Conclui-se que o programa de fisioterapia em grupo proposto para esta pequena amostra de parkinsonianos com longo tempo de doença não foi suficiente e/ou adequado para promover melhora da qualidade de vida. Também não foi possível observar correlação entre força de preensão palmar e qualidade de vida seja antes ou após a intervenção.