ANÁLISE DO PERFIL DOS INDIVÍDUOS PERTENCENTES AO “PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO PACIENTE HIPERTENSO” DA CLÍNICA DE FISIOTERAPIA DA USC NOS ÚLTIMOS 10 ANOS.

Abstract

A síndrome metabólica é caracterizada por fatores de risco como obesidade abdominal, dislipidemia, resistência insulínica e hipertensão. O objetivo desse estudo foi analisar o perfil de indivíduos participantes do “Programa de atendimento ao paciente hipertenso” na clínica de Fisioterapia da Universidade do Sagrado Coração (USC) nos últimos 10 anos, de acordo com a circunferência abdominal, e relacionar fatores que definem a síndrome metabólica, dando ênfase ao colesterol e glicemia. É uma pesquisa descritiva, ex-post-facto e um estudo transversal, com informações referentes a dados pessoais, antecedentes familiares e pessoais, hábitos de vida, pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC), dados antropométricos e exames laboratoriais. O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da USC sob protocolo nº 176/08. Dados apresentados por meio de estatística descritiva, freqüências absoluta e relativa. RESULTADOS: Foram avaliados 62 prontuários. A média de idade foi 58,79  7,52 anos, sendo 15 (22,5%) do sexo masculino e 41 (77,5%) feminino. Foi analisado o grau de instrução sendo que 16 (25,8%) tinham ensino fundamental completo, 11 (17,74%) médio completo, 9 (14,51%) superior completo. De acordo com a etnia observou-se que a branca predominava com 37 (59,67%) indivíduos. Com base nos antecedentes familiares 41 (66,1%) referiam hipertensão, 30 (48,3%) diabetes, 24 (38,7%) neoplasias, 11 (17,7%) doenças cardiovasculares, 5 (8%) acidente vascular encefálico, 2 (3,2%) obesidade. De acordo como antecedentes pessoais, 9 (14,5%) tinham diabetes, 28 (45,1%) praticavam exercícios, 24 (38,7%) sedentários. Apresentaram PAS de 132,06  19,67 mmHg, PAD 82,64  10,62 mmHg e FC 78,71  20,34 bpm. 13 (20,96%) apresentavam níveis de pressão ótimo, 14 (22,58%) normal, 11 limítrofe (17,74%), 15 (24,19%) HA estágio 1, 7 (11,29%) HA estágio 2 e somente 2 (3,22%) estágio 3. O IMC foi de 29,50 ± 5,40 kg/m2 . Sendo assim, (11) 17,74 % eram eutróficos, (28) 45,1% sobrepesos, (20) 32,2%obesos e (2) 3,2% obesos mórbido. A circunferência abdominal foi de 100,67 ± 12,17 cm. Os valores de glicose foram 107,72 ± 37,02 mg/dl, com valores < 100 em 34 indivíduos (54,83%), entre 100 e 125 em 19 (30,6%), e ≥126 em 9 (14,5%); triglicerídeos 174,95 ± 207,32 mg/dl, ≤ 150 em 36 (58,06%) e > 150 em 26 (41,93%); colesterol total 203,28 ± 46,03 mg/dl, ≤ 200 em 28 (45,16%) e > 200 em 34 (54,8%); HDL 50,45 ± 17,75 mg/dl, ≤ 45 em 26 (41,93%) e > 45 em 36 indivíduos (58,06%); LDL 126,61 ± 45,72 mg/dl, ≤ 129 em 37 (59,67%) e > 129 em 26 (41,93%); e VLDL 27,48 ± 12,47 mg/dl ≤ 30 em 42 (67,74%) e > 30 em 21 sujeitos (33,87%). Conclusão: Pode-se traçar um perfil de pacientes com a maioria do sexo feminino, acima do peso, com nível de pressão não controlado, apesar do uso de anti-hipertensivos, 14,5% com níveis de glicose considerados diabéticos, e alterações de triglicérides e colesterol. Os indivíduos, em sua maior parte, chegam aos serviços de atendimento necessitando de um programa para que atinjam a normalidade e sem riscos adicionais.