ESTUDO COMPARATIVO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÁCIDO ASCÓRBICO E VITAMINA E NA CIRROSE BILIAR SECUNDÁRIA.

Abstract

A cirrose é uma doença crônica que acomete o fígado total ou parcialmente, sendo definida por septos fibrosos que formam cicatrizes largas e nódulos parenquimatosos evoluindo para destruição total do fígado. A cirrose biliar apresenta alto índice de mortalidade e é a principal indicação de transplante hepático na infância. A deficiência de antioxidantes na dieta alimentar e de outras substâncias essenciais pode prejudicar o combate ao estresse oxidativo. O papel antioxidante da vitamina C baseia-se na reação com os radicais hidroperoxil (radicais livres). Ela também serve como coantioxidante, interagindo com a vitamina E por redução do radical α-tocoferil para α-tocoferol regenerado. A vitamina E é um excelente estabilizador de radicais livres e o mais importante antioxidante lipossolúvel nas células dos mamíferos. O objetivo do experimento foi avaliar o efeito da suplementação de ácido ascórbico e vitamina E no tratamento da cirrose biliar secundária em ratos, através da indução da cirrose biliar secundária, por ligadura de ducto biliar comum. Foram estudados 16 ratos da raça Wistar, machos com peso corporal médio de 100-150g cada, com 60 dias de vida, acompanhados por um período de 21 dias. O presente estudo avaliou 4 grupos distintos, com 4 ratos em cada grupo, sendo: um grupo “ligado” com administração livre diária de água e ração, outro “ligado” com administração livre diária de água e ácido ascórbico; outro “ligado” com administração livre diária de água e vitamina E e “ligado” com administração livre diária de água, ácido ascórbico e vitamina E. Foi avaliado e comparado o ganho e perda de peso dos animais, as transaminases como AST e ALT e a proteína albumina. Pode-se notar que o grupo suplementado com vitamina C+E obteve menor perda de peso ou menor retenção hídrica. Já o grupo suplementado apenas com vitamina E, obteve maior ganho de peso comparado com os demais grupos. Com relação aos valores médios das transaminases séricas, observou-se uma discreta melhora no grupo suplementado com vitamina C+E, tanto nos valores de AST, quanto no de ALT, porém sem diferença estatística. Não houve redução significativa da albumina nos grupos suplementados e nem no grupo controle, devido ao curto período de realização do experimento e o número reduzido de ratos em cada grupo. Pode-se concluir que os grupos suplementados com vitaminas antioxidantes não apresentaram, nos parâmetros avaliados, alterações significativas que pudessem sugerir uma ação hepatoprotetora.