ENVOLVIMENTO DO HORMÔNIO MELATONINA NO DESENVOLVIMENTO TUMORAL: AVALIAÇÃO DA PROVÁVEL RELAÇÃO COM A ENZIMA 5- LIPOXIGENASE (5-LO)

Abstract

Os tumores sólidos constituem a forma de crescimento tumoral mais comum na espécie humana. Tumores malignos, como o tumor de Ehrlich, são formados por uma massa de células neoplásicas envoltas por um estroma responsável por sua nutrição e suporte. A produção excessiva de eicosanoides derivados do ácido araquidônico tem apresentado influência sobre manifestações inflamatórias e imunes, inclusive no processo de carcinogênese. Este complexo processo envolve o estresse oxidativo, evento este que participa de todas as fases da carcinogênese. Adjunto a isto a melatonina, que apresenta ação antioxidante no organismo, possui a capacidade de diminuir a formação de radicais livres, reduzindo as lesões ao DNA. Este estudo busca relacionar a interação entre melatonina e a 5- lipoxigenase no tumor de Ehrlich, observando a influência que estes fatores exercem no processo da carcinogênese. Para tanto 36 camundongos da linhagem WT foram utilizados, dos quais 18 são selvagens e 18 são nocautes para a enzima 5-lipoxigenase, distribuídos em quatro grupos distintos. Em todos os grupos foi implantado o tumor de Ehrlich: 107 células tumorais por via subcutânea. Cada grupo foi constituído de nove animais, sendo os grupos controle tratados com solução fisiológica, 1x/dia, por via oral e os grupos testes tratados com melatonina, 10mg/kg de peso, 1x/dia, por via oral. Ao decorrer de vinte e um dias os animais foram eutanasiados por inalação de isoflurano e a massa tumoral removida, fixada e encaminhada para processamento e coloração pela hematoxilinaeosina (HE) e ensaio imunoistoquímico. Após as análises foi observado que os animais nocaute (KO) para a enzima 5-lipoxigenase são mais suscetíveis ao desenvolvimento do tumor sólido de Ehrlich, porém o tratamento com melatonina reduziu o crescimento tumoral tanto em animais nocaute quanto em animais selvagens e esta redução tumoral foi associada a uma redução no número de células viáveis. A avaliação para antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) não revelou diferenças associadas à contenção tumoral observadas com o tratamento com melatonina, sendo necessários estudos adicionais para esclarecer o mecanismo de inibição de crescimento da melatonina.