MARIA FERNANDA SILVA DE ALMEIDA

Abstract

O metilmercúrio (meHg) e bisfenóispoliclorinados (PCBs) constituem contaminantes encontrados em diversos compartimentos ambientais, com grande capacidade de bioacumulação e biomagnificação, com impacto no sistema reprodutivo. Os espermatozóides são produzidos nos túbulos seminíferos dos testículos pelos processos de espermatogênese e espermiogênese. Após a síntese, os mesmos são direcionados ao epidídimo, onde sofrem o processo de maturação que confere aos espermatozóides a aquisição da mobilidade celular e a capacidade de fertilização. Esse processo é dependente da interação de proteínas secretadas pelo epitélio epididimal com as proteínas espermáticas, as quais passam por diversas modificações pós-translacionais durante o trânsito no epidídimo. No entanto, pouco se sabe sobre o perfil proteíco do epidídimo de ratos em resposta à exposição ao meHg associado ou não com os PCBs, em doses que mimetizam àquelas provocadas por intoxicações em humanos. O objetivo foi avaliar, qualitativa e quantitativamente, as proteínas do epidídimo em ratos expostos com duas combinações de doses, por análise proteômica. Os resultados demonstraram que a exposição aos contaminantes alterou siginificativamente a expressão de proteínas principalmente envolvidas nos processos de informação gênica e na transmissão de sinais. Assim, o trabalho abre perspectivas futuras para a confirmação dos efeitos dessas proteínas na atividade funcional dos espermatozóides frente à toxicidade, as quais podem servir como biomarcadores moleculares de toxicidade reprodutiva masculina e infertilidade.