DESAFIO NO FECHAMENTO DE DIASTEMAS: QUAL O LIMITE ENTRE MATERIAIS E TÉCNICAS?

Abstract

A existência de diastemas múltiplos na região anterossuperior compromete a estética do sorriso e a harmonia facial, podendo ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente. Em casos de diastemas múltiplos em pacientes jovens e com pouco espaço na face vestibular para o material restaurador, a escolha por técnicas menos invasivas com a utilização de resina composta é uma abordagem segura. Dessa forma, este relato clínico tem como propósito explorar uma abordagem restauradora direta e conservadora para a resolução estética de diastemas anteriores múltiplos, fazendo uso de resina composta e aplicando os princípios restauradores para aumentar a previsibilidade dos resultados. Inicialmente, realizou-se a moldagem e a obtenção dos modelos de gesso, seguido pelo enceramento diagnóstico e a elaboração de um mock-up para avaliação da forma, que foi aprovado tanto pelo paciente quanto pelo profissional. Uma guia palatina em silicone de condensação foi confeccionada a partir do enceramento, e as restaurações diretas em resina composta foram executadas sob isolamento absoluto, utilizando o sistema adesivo Tetric N Bond Universal e as resinas compostas Spectra Smart YE, Herculite Precis A1D, Tetric N-Ceram A1E e Renamel IM. O polimento foi realizado após 30 dias e uma placa estabilizadora rígida foi instalada. Após 6 meses de acompanhamento, as restaurações apresentaram aspecto satisfatório, com saúde gengival e sem comprometimento estético. Dessa forma, é possível inferir que a compreensão dos materiais empregados em restaurações diretas e a habilidade na execução da técnica operatória são fatores determinantes para a ampliação da previsibilidade e o aprimoramento do desempenho clínico em procedimentos de restauração estética. Especificamente em situações de fechamento de diastemas múltiplos, onde a ortodontia não é uma opção viável e o espaço vestibular é limitado para grandes volumes de material restaurador, a adoção de abordagens que minimizem a necessidade de desgaste excessivo se revela mais favorável, alinhada à filosofia da Odontologia de Mínima Intervenção.