SELETIVIDADE ALIMENTAR EM PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NO MUNICÍPIO DE BAURU/SP E REGIÃO

Abstract

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é caracterizado como um transtorno do desenvolvimento neurológico que apresenta prejuízo a seus portadores quanto a presença de comportamentos ou interesses repetitivos e restritos. Uma das características decorrentes do TEA, é a seletividade alimentar, que pode limitar o repertório alimentar e desencadear problemas de saúde devido a uma escassez nutricional. Outra característica que chama atenção dos indivíduos autistas, são as desordens gastrointestinais devido a uma permeabilidade intestinal alterada, que por consequência podem apresentar diarreia, obstipação, gases, desconforto abdominal e regurgitação, sintomas estes, que podem ampliar a irritabilidade e problemas comportamentais. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade alimentar em pacientes com TEA do município de Bauru/SP e região. Para isto, foi realizada uma pesquisa do tipo transversal, por meio de questionário via Google Forms, com os pais/responsáveis de 35 crianças. Para o presente estudo, foram aplicados questionários sobre o histórico clínico dos entrevistados, dificuldades apresentadas durante o momento das refeições, os comportamentos de recusa alimentar, perfil e ambiente familiar no momento das refeições e a associação entre o consumo de determinados alimentos e alterações gastrointestinais. Dentre os resultados obtidos, os que mais se destacaram foram as dificuldades em experimentar novos alimentos, a recusa de alimentos com frequência, tendo relação com a textura, aparência e cheiro dos alimentos e maior frequência de recusa, frutas, vegetais e legumes. A comensalidade e a programação do horário das refeições demonstraram ser uma importante estratégia para determinação e formação dos hábitos alimentares, sendo ainda mais importante quando relacionada a crianças atípicas, que possuem maior disposição a seletividade alimentar. Quanto as alterações do TGI houve relação com alimentos como leite, chocolate e glúten. Conclui-se que a crianças com TEA tem elevada prevalência de seletividade alimentar, sendo assim, necessárias estratégias multiprofissionais visando o tratamento integral destas crianças.