ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS PROTOCOLOS DE LASERTERAPIA PARA REGENERAÇÃO ÓSSEA

Abstract

A Laserterapia de Baixa intensidade tem sido utilizada com sucesso em vários procedimentos médicos e odontológicos, em grande parte destes, devido à sua ação antinflamatória e pela sua capacidade de acelerar a cicatrização. A otimização da regeneração óssea é um assunto de grande interesse, pois está intimamente relacionada a vários tratamentos como em cirurgias ortopédicas, movimentação ortodôntica, e ósseo-integração de implantes dentários. Este trabalho consiste do estudo comparativo entre dois protocolos de laserterapia para regeneração óssea. No primeiro foi utilizado o método convencional, com aplicações durante todo o período experimental e, no segundo, proposto neste trabalho, foram utilizadas três aplicações, uma diretamente no local do defeito ósseo durante o procedimento cirúrgico, seguido de duas outras aplicações após a cirurgia, visando estabelecer um método mais prático sob o ponto de vista clínico. Este protocolo foi embasado na dosimetria laser adotado em experimentos in vitro, onde se aplica o laser diretamente nas células. Foram utilizados 45 ratos Wistar, divididos randomicamente em 3 grupos de 15 animais, nos quais defeitos ósseos de tamanho crítico (8mm de diâmetro) foram confeccionados cirurgicamente na calvária. Posteriormente, dois grupos (A e B) foram tratados por laserterapia de baixa intensidade, e o terceiro grupo (C), grupo controle, mantido sem tratamento. Foi utilizado o laser semicondutor Thera Lase® com emissão no infra-vermelho (λ=830nm). O primeiro protocolo consistiu de aplicações transcutâneas pontuais, com fluência de 16J/cm2, realizadas a cada 48 horas, iniciando-se 24 horas após a cirurgia, estendendo-se por 15 dias e foi aplicado ao grupo A. No segundo protocolo, realizam-se três aplicações: a primeira durante a cirurgia, diretamente no defeito, com fluência de 3,75J/cm2, seguido de duas aplicações transcutâneas 48 e 120 horas após a cirurgia e foi aplicado ao grupo B. Os animais do grupo controle (C) não foram submetidos a tratamento, no entanto, manuseados da mesma forma que os grupos tratados. Após o período de 7, 15 e 45 dias, 5 animais de cada grupo foram eutanasiados, e a peças contendo o defeito ósseo coletadas para análises microscópica: histológica descritiva e histomorfometria, e espectroscopia de absorção atômica (AAS), através da medida da concentração de cálcio. Os resultados dos tratamentos foram avaliados através da medida da área relativa ao tecido ósseo neoformado, através da histomorfometria. Os resultados da histomorfometria de tecido ósseo neoformado 15 dias após a cirurgia mostram maior fração deste tecido no grupo B em comparação ao grupo controle (P<0.05) de acordo com teste t-Student. Como esses valores obtidos 45 dias após a cirurgia não diferem entre os grupos, este resultado sugere que a laserterapia utilizando o protocolo proposto neste trabalho acelera o processo de cicatrização óssea.