ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO A PARTIR DAS MATÉRIAS LIGNOCELULÓSICAS DA CANA-DEAÇÚCAR

Abstract

A escassez de reservas petrolíferas, principal fonte energética mundial, juntamente com as preocupações da sociedade com a preservação ambiental, tornaram o etanol uma fonte de energia sustentável de grande importância. No entanto, uma enorme gama de estudos, na área de pesquisa do etanol de segunda geração a partir das matérias lignocelulósicas da cana-de-açúcar precisa ser realizada. O objetivo geral deste trabalho foi analisar as etapas de processo como: o pré-tratamento por explosão a vapor, hidrolise enzimática e fermentação do caldo hidrolisado. O trabalho foi realizado nos laboratórios do centro de tecnologia canavieira (CTC), onde se analisaram as características do bagaço de cana-deaçúcar in natura caracterizando-o, quanto aos teores de celulose, hemicelulose e lignina. O pré-tratamento do bagaço de cana-de-açúcar foi realizado em um reator de explosão a vapor em temperaturas em torno de 195ºC por um determinado tempo de retenção. O bagaço pré-tratado foi submetido à hidrólise enzimática com uso de enzima comercial Cellic CTec 3 (Novozymes®) com concentração de 10 FPU/g-cel sobre o teor de sólido, a 50ºC, com pH de 4,8, por 48 horas. Na fermentação foi utilizado o caldo hidrolisado proveniente do processo de hidrólise do bagaço prétratado após filtração, e melaço proveniente do processo de fabricação de açúcar da USM, com leveduras Saccharomyces cerevisiae. A conversão do bagaço na hidrolise foi de 23,5 g/L de glicose resultando no rendimento de 77,8% e a conversão de glicose em etanol na fermentação foi de 56,25 g/L resultando em um rendimento de 78,3%. Com isso pode-se concluir que a obtenção do etanol de segunda geração a partir das matérias lignocelulósicas da cana-de-açúcar é possível utilizando esses métodos.