EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DA CRIANÇA CIDADÃ

Abstract

A Educação para o Trânsito apresenta-se como um desafio para a sociedade, por ser um tema novo e instigante, na qual pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos e práticas relevantes e necessárias no currículo escolar, cujo objetivo é educar para a compreensão dos procedimentos envolvidos no processo de circulação de pessoas e automóveis no trânsito. Considerando que o Brasil é um dos países que mais ceifam vidas no trânsito, envolvendo adolescentes, adultos, idosos e principalmente crianças, faz-se necessária a realização de programas educativos para o trânsito. Neste sentido, o presente estudo teve como propósito descrever cinco programas de Educação para o Trânsito desenvolvido pela polícia militar e pela Empresa de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb), voltados para o público infantil e discutir a possibilidade de inseri-los como tema transversal nas escolas. Utilizou-se a abordagem qualitativa com enfoque sócio-histórico, caracterizado também pela pesquisa documental, descritiva-exploratória. Para a coleta de dados, optou-se pela entrevista semi-estruturada realizada com cinco organizadores dos programas, as quais foram gravadas. Através dos relatos dos organizadores, percebeu-se que, de modo geral, os programas são de caráter preventivo e educativo, tendo como princípio iniciar a Educação para o Trânsito desde a infância, possibilitando, ampliar posteriormente a integração deste aprendizado a um contexto maior nos papéis de pedestres, ciclistas ou futuros motoristas. Aponta-se como aspecto positivo, sua contribuição social, a coerência dos objetivos propostos com os resultados obtidos, bem como a metodologia empregada em cada atividade. Em relação ao aspecto negativo presente em três programas descritos, é o seu caráter descontínuo, ou seja, os conteúdos abordados são de forma fragmentada. No entanto, vale ressaltar que a idéia de desenvolver esses programas educativos serve para auxiliar na compreensão do sentido das ruas, sinalizações de trânsito, convivência entre veículos e pedestres (máquina e homem). Portanto, o presente estudo sugere que, além desses programas educativos, também é necessário que a Educação para o Trânsito tenha maior consistência, isto é, ganhe espaço nas escolas como tema transversal e interdisciplinar.