BRUXISMO NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO CLÍNICO

Abstract

O Bruxismo é definido como um hábito parafuncional do sistema estomatognático, caracterizado pelo ato de ranger ou apertar os dentes, de forma involuntária e inconsciente, podendo ocorrer durante o dia e/ou período de sono. Apresenta etiologia multifatorial e controversa, podendo envolver fatores locais, sistêmicos, psicológicos, emocionais, hereditários e ocupacionais. As forças exercidas pelo bruxismo podem provocar diversos danos, em diferentes graus de severidade, tanto aos dentes decíduos como permanentes, bem como aos tecidos de suporte, musculatura facial e articulação temporomandibular. A evidência clínica mais comum é a presença de facetas de desgaste nas faces incisais dos dentes anteriores e oclusais nos posteriores, podendo manifestar também dores, estalos, mobilidade e hipersensibilidade dentárias, exposições pulpares, fraturas de cúspides e restaurações, restrição de abertura bucal, hipertonicidade dos músculos mastigatórios, dores de cabeça e outras complicações mais severas. Apesar de apresentar prevalência variada e ser pouco estudado em crianças, o bruxismo na infância tem se apresentado com frequência nas clínicas de Odontopediatria e os danos podem ser severos em longo prazo caso não seja diagnosticado precocemente e acompanhado de maneira adequada. Em vista disso, o presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de bruxismo infantil evidenciando as principais características clínicas, possíveis fatores causais e acompanhamento, concluindo que a ansiedade e os fatores emocionais são, na maioria dos casos, os principais fatores etiológicos envolvidos e que o tratamento multidisciplinar envolvendo profissionais de diversas especialidades é fundamental para prevenção de danos ao sistema estomatognático, bem como proporcionar bem-estar e conforto a criança.