EFEITO DO CHÁ VERDE NO PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR DE RATOS TRATADOS COM BIFOSFONATO

Abstract

A osteonecrose dos maxilares induzida por bifosfonatos (BFs) nitrogenados é considerada uma complicação importante quando da necessidade de intervenções cirúrgicas na cavidade bucal, cuja prevenção e tratamento ainda não são bem estabelecidos. Deste modo, o presente estudo propôs analisar o efeito do extrato de chá verde a 1% no reparo de alvéolos dentários em animais tratados com BF. Sessenta ratos albinos Wistar machos adultos foram distribuídos em quatro grupos, de acordo com o tratamento: Grupo C – Controle, animais tratados com soro fisiológico 0,9% via endovenosa (EV), Grupo CV – tratados com chá verde a 1% na água de beber, Grupo ZL - tratados com ácido zoledrônico via EV, Grupo ZL+CV - tratados com ácido zoledrônico via EV e administração de chá verde a 1% na água de beber. A droga foi administrada na dose de 0,035 mg/Kg via EV a cada duas semanas. Após quatro semanas do início da administração do BF, foram realizadas as extrações dos dentes molares superiores do lado direito dos animais de todos os grupos, quando se iniciou a administração de chá verde a 1% aos animais dos grupos CV e ZL+CV. Após os períodos de 7, 14 e 28 dias das extrações dentárias os animais foram eutanasiados e os espécimes removidos para serem submetidos à análise microscópica morfológica. Os alvéolos do Grupo C repararam de acordo com morfologia e cronologia normais. Os alvéolos dos grupos experimentais apresentaram padrão morfológico de reparo similar, com persistência de exposição da superfície óssea no decorrer dos períodos, associado à adesão de biofilme bacteriano tipo Actinomyces spp. O Grupo CV apresentou moderada atividade osteoclástica e discreta osteogênese, enquanto que nos Grupos ZL e ZL+CV o reparo alveolar não havia ocorrido até os 28 dias, com evidente instalação do quadro de osteonecrose dos maxilares. Deste modo, concluiu-se que a ingestão do chá verde não melhorou o reparo dos alvéolos em comparação ao grupo controle. Do mesmo modo, também não contribuiu de maneira importante para o reparo na associação do ácido zoledrônico observando-se as mesmas características histológicas quando comparado aos animais que receberam o ácido zoledrônico isoladamente.