EFEITO AGUDO DA ESTIMULAÇÃO MECÂNICA PERIFÉRICA AUTOMÁTICA SOBRE O CONTROLE AUTONÔMICO CARDÍACO E ASSOCIAÇÃO COM O CONTROLE POSTURAL EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

Abstract

Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa caracterizada predominantemente por alterações motoras, como tremor de repouso, rigidez e alterações no equilíbrio. Além das alterações motoras, disfunção autonômica cardiovascular também é comum nessa população, mesmo em estágio inicial da doença. A identificação da disautonomia em pacientes com doença de Parkinson é fundamental e pode ser realizada por métodos não invasivos como a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A estimulação periférica mecânica automática (AMPS) tem sido proposta como terapia para a melhora da marcha e da disautonomia nessa população. Entretanto, os estudos ainda são incipientes. Objetivo: Avaliar o efeito agudo da estimulação AMPS no controle autonômico cardíaco e no controle postural, além de verificar a associação entre o controle postural e a disautonomia em pacientes com doença de Parkinson. Metodologia: Participaram do estudo 18 voluntários de ambos os gêneros, com diagnóstico de DP idiopática. Todos voluntários foram submetidos, aleatoriamente, a duas sessões de intervenção: 1) protocolo efetivo de AMPS; 2) sessão placebo. O controle postural foi analisado através do deslocamento do centro de gravidade no sentido ântero-posterior e médio-lateral com frequência de amostragem de 1000 Hz. A análise da VFC foi realizada por meio de métodos lineares no domínio do tempo (SDNN e RMSSD) e pela análise espectral pelas bandas de baixa frequência (BF) e alta frequência (AF) em unidades absolutas e normalizadas, e razão BF/AF. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk e para as variáveis que não apresentaram distribuição normal foram analisadas por meio do teste de Wilcoxon com correção de Bonferroni a priori. ɑ=5%. Resultados: os resultados demonstram que uma sessão de AMPS promoveu aumento significativo dos índices RMSSD (p=0,01), bem como dos índices BF (p=0,02) e AF (p=0,03) durante a posição supina, além de promover mudanças significativas na correlação entre o ߂ do controle postural e o ߂ dos índices SDNN (p=0,0001), RMSSD (p=0,028), BF (p=0,027) e AF (p=0,007). Conclusão: Uma sessão de AMPS foi efetiva, agudamente, em melhorar o controle autonômico cardíaco durante a posição supina e frente à mudança postural para ortostatismo em pacientes com doença de Parkinson.