O USO DO RÁDIO COMO INSTRUMENTO DE COOPTAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL O Caso Getúlio Vargas no Estado Novo

Abstract

Getúlio Vargas entrou para a história como o presidente da República na época em que o Brasil fazia sua transição econômica, deixando de ser um país latifundiário predominantemente agrícola para uma nação industrializada e inclusiva socialmente, com a ampliação de oferta da mão de obra e maior participação da massa trabalhadora na economia nacional. Todo governo de transição de sistemas pressupõe impactos na sociedade e Vargas sabia que, para realizar seu grande projeto de Estado Novo, precisava mais do que nunca da colaboração da população. E essa colaboração não se daria com a participação nas discussões políticas e ações cívicas, mas sim, com a ausência delas. O presidente precisava de uma população alienada, de pensamento uniforme e absolutamente confiante na figura do chefe de Estado. Para isso, em primeiro lugar, pensou em fazer no Brasil algo semelhante à Juventude Hitlerista. O trabalho desenvolvido por Hitler na Alemanha foi tão eficiente que, ao fim da Segunda Guerra Mundial, os alemães tiveram que passar por campanhas de “desnazificação” da população. A primeira idéia do presidente naufragou porque a Juventude Hitlerista era uma organização paramilitar armada, e Vargas nunca conseguiria isso num país sem um corpo militar coeso, coisa que o Brasil nunca teve. Foi quando teve a idéia de se valer da propaganda para tal massificação de opiniões, e usou do rádio para tal fim. Essa pesquisa analisa, sob a ótica da teoria crítica da Indústria Cultural, de que forma Vargas utilizou os meios de comunicação, mais especificamente o rádio, para alcançar seus objetivos.