O aumento da região da heterocromatina no cormossomo 9 associado a hábitos de vida modifica a expressão de genes determinantes da fertilidade masculina

Abstract

A infertilidade vem atingindo aproximadamente 15% dos casais de diversas regiões do mundo, trazendo prejuízos crescentes para a saúde da população. Os fatores masculinos representam as causas mais frequentes em centros de diagnóstico. Devido a isso, os homens são submetidos a diversos exames para detectar causas de infertilidade, e em muitos destes homens tem sido identificado um aumento da região de heterocromatina no cromossomo 9, estrutura a qual armazena alguns genes responsáveis pela regulação da espermatogênese. A formação da heterocromatina é fortemente regulada por eventos epigenéticos, os quais podem ser influenciados por fatores ambientais e hábitos de vida, como a exposição a agentes tóxicos, desregulação dos ciclos circadianos e hábitos de vida não saudáveis. Deste modo, este trabalho procurou relacionar o aumento da região heterocromática, de um cromossomo não sexual (9), com fatores determinantes associados a fertilidade masculina por meio de questionários no que se refere a hábitos de vida e através da caracterização da expressão gênica de cinco genes envolvidos no processo da espermatogênese que estão ou não codificados na região de heterocromatina (Vcp; Hsd/Aep1; Dmrt1; Spata/Hsd17b3 e Nr5a1). De acordo com as amostras obtidas os pacientes foram separados em três grupos para a realização dos questionários e análise de dados, sendo estes: Grupo Controle (GC – espermograma normal; 46,XY) (n=7); Grupo Oligozoospermia (GO – espermograma alterado; 46,XY) (n=10) e Grupo Heterocromatina (GH – espermograma normal ou alterado; 46,XY,9qh+) (n=4). Quanto a expressão genica, não foi observada uma diferença relevante entre os grupos GO e GC, apenas havendo diferença entre GO e GH, uma vez que os indivíduos que possuem um diagnóstico de aumento da heterocromatina apresentaram históricos mais fortemente associados a infertilidade masculina. Essas evidências apontam uma possível relação entre os hábitos de vida e o aumento da heterocromatina, comprovando que fertilidade possui determinação multifatorial.