MORDIDA ABERTA ANTERIOR: ETIOLOGIA E TRATAMENTO

Abstract

A mordida aberta anterior é uma das más oclusões de maior comprometimento estético e funcional, que pode ser definida como a presença de um trespasse vertical negativo entre as bordas incisais dos incisivos superiores e inferiores, com os dentes posteriores em oclusão. Sua prevalência atinge cerca de 17% dos indivíduos durante a dentadura mista, e sua etiologia é considerada multifatorial, podendo ser desenvolvida como resultado de hábitos bucais deletérios ou por influência de fatores genéticos, principalmente o padrão de crescimento vertical. Várias modalidades de tratamento precoce para essa má oclusão podem ser implementadas como os aparelhos recordatórios, que são as grades palatinas fixa e removível, o esporão e a mentoneira. A grade palatina fixa tem sido utilizada largamente com resultados excelentes durante a dentadura mista. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o caso clínico de um paciente do sexo masculino, tratado com grade palatina fixa durante 8 meses, quando se observou o fechamento da mordida aberta anterior. Nessa fase o paciente é encaminhado para fonoterapia para normalização das funções bucais concomitantemente com a utilização de uma grade removível como contenção por mais 6 meses. Deve-se ressaltar que independente do protocolo de escolha, o tratamento deve ser instituído o mais precocemente possível, evitando o agravamento da má oclusão e seu completo estabelecimento na dentadura permanente. Além disso, para um melhor resultado e estabilidade o tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo outras áreas como fonoaudiologia e otorrinolaringologia, sempre com o objetivo de eliminar os fatores etiológicos da má oclusão.