IMPACTO DA PANDEMIA POR CORONAVÍRUS NA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Abstract

As pessoas com deficiência necessitam de cuidado personalizado e assistência continua. A pandemia do COVID-19, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020 dificultou ainda mais os cuidados com esse grupo, sendo assim os tratamentos rotineiros para pacientes portadores de necessidades especiais sofreram alterações, e até a interrupção dos mesmos. Dentre os principais desafios enfrentados durando o período, podemos citar a necessidade do deslocamento dessas pessoas aumentando o risco à exposição ao vírus com consequente risco a saúde. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto dessa pandemia na vida dos pacientes com deficiências atendidas no Programa de Assistência Integral ao Paciente Especial do UNISAGRADO (PAIPE), com relação aos cuidados pessoais, atenção à saúde geral e mental, e identificar quais suas principais dificuldades neste contexto pandemia. Nesse estudo foi abordado os métodos observacional, transversal e descritivo. Foram separados os prontuários dos 131 pacientes que foram atendidos no PAIPE (Programa de Assistência Integral ao Paciente Especial) em 2019, tornando possível o contato telefônico com 60 (sessenta) pessoas responsáveis pelos pacientes com deficiências que foram convidados a responder a um formulário online (Forms), dos quais obteve-se 51 respostas. O questionário foi realizado de maneira remota, respeitando o distanciamento social exigido no momento. E foi elaborado com questões fechadas permitindo analisar os aspectos caracterização do tipo de deficiência e do cuidador; informações sobre métodos de prevenção da COVID 19; presença de comorbidades e uso de medicamentos; acesso e disponibilidade dos serviços para o atendimento necessário; e a interferência da pandemia no humor do paciente. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Os resultados mostraram que da amostra estudada houve prevalência de deficiências mentais, sendo que 88% não apresentou COVID ou conviveu com alguém com diagnóstico positivo, porém 90% não realizaram testes. Com relação aos autocuidados 100% da amostra é dependente de ajuda, sendo auxiliados em sua maioria por residentes na mesma casa (98%). 80% dos pacientes fazem uso de medicamentos de rotina e apenas 19% não necessitam de terapias de apoio, sendo que somente 29% tiveram os serviços mantidos. Com relação à necessidade de tratamento odontológico durante a pandemia, 84 % relataram que necessitaram e que não conseguiram atendimento (71%) ou só o atendimento de urgência (13%). Quando indagados sobre aos conhecimentos sobre os fatores relacionados à pandemia 57% responderam que os adquiriram pela mídia e apenas 39% relataram não ter percebido alterações de humor. Concluiu-se que a pandemia pelo novo coronavírus impactou negativamente na qualidade de vida das pessoas com deficiência aumentando ainda mais a sua condição de vulnerabilidade.