QUALIDADE MARGINAL EM RESTAURAÇÕES CLASSE II DE RESINA DE BASE

Abstract

A microinfiltração marginal, que ocorre na interface dente/material restaurador ainda é um dos maiores problemas clínico. O propósito deste estudo in vitro foi avaliar a qualidade marginal das restaurações realizadas com o material resinoso SureFil® SDR™ (Dentstply) e comparar com uma resina composta convencional TPH3 (Dentstply) em cavidades classe II, terminadas tanto em esmalte como em dentina, utilizando microscopia confocal de varredura à laser. Foram confeccionadas em molares hígidos (n=40) cavidades classe II (MO - término em esmalte e DO- término em dentina) do seguinte modo: 4 mm no sentido vestíbulo-lingual, 4mm (término em esmalte) e 6 mm (término em dentina) no sentido ocluso-gengival e 2 mm no sentido mesio-distal. Os preparos foram tratados da seguinte forma: condicionamento com ácido fosfórico a 35% por 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina (Scotchbond Etchant – 3M/ESPE, St. Paul, MN, USA), lavados por 30 segundos com spray ar/água e secos com papel absorvente. Foi aplicado o sistema adesivo pigmentado com rodamina B (Adper Single Bond 2 – 3M/ESPE) e fotopolimerizados (aparelho de LED calibrado em 600 mW/cm2). Os dentes foram restaurados (n=20) com a resina SureFil® SDR™ flow: em incremento único de 4mm e o restante do preparo, restaurado até ângulo cavossuperficial com a resina composta TPH3 (2 mm) e polimerizado. O outro grupo (n=20) foi restaurado com resina composta TPH3 com porções de 2 mm pela técnica incremental. Após a restauração, a superfície recebeu adesivo impregnado com fluoresceína na superfície. Em seguida, foram seccionados no sentido mesio-distal, longitudinalmente ao eixo das restaurações MO e DO, dividindo-as ao meio, para posterior análise em microscópio confocal de varredura a laser (Leica TCS SPE, Mannheim, Germany). A análise qualitativa utilizou os critérios: 0=nenhuma infiltração visível; 1=penetração do corante ao longo da parede gengival em menos da metade do comprimento da parede; 2=penetração do corante ao longo da parede gengival em mais da metade do comprimento, porém sem alcançar a parede axial; 3=penetração do corante até ou ao longo da parede axial. No grupo restaurado com a resina SureFil® SDR™ flow de incremento único não foram visualizadas fendas marginais no lado do preparo cavitário que apresentava esmalte em seu término (nível 0). Entretanto, do lado onde em dentina sempre foram detectadas fendas marginais (nível 1) que mantiveram-se no terço inicial da parede gengival. No grupo restaurado com a resina composta TPH, técnica incremental, não foram visualizadas fendas marginais no lado do preparo cavitário que apresentava esmalte em seu término (nível 0), mas em dentina foram encontrados nível 0 ou nível 1. O material restaurador Surfil SDR flow, não apresentou o mesmo padrão de microinfiltração marginal do material restaurador convencional apenas para a região de dentina. O término do preparo cavitário (em esmalte ou dentina) influencia sim no padrão de microinfiltração marginal