AVALIAÇÃO DAS TÁBUAS ÓSSEAS VESTIBULAR E LINGUAL APÓS PROCEDIMENTO DE EXPASÃO RÁPIDA DA MAXILA NO PERÍODO DA DENTADURA MISTA

Abstract

Objetivo: O protocolo de expansão rápida da maxila está indicado para as correções dos erros esqueléticos transversais e é usado, mundialmente, de forma rotineira pelos ortodontistas, no período da dentadura mista e permanente jovem. Os efeitos esqueléticos e dentários foram amplamente investigados, o que comprovou sua eficácia, no entanto, o uso indiscriminado deste protocolo de tratamento mecânico ortopédico, com forças de alta intensidade e as avaliações das repercussões periodontais no período pós-expansão é controverso quando discutimos a fase de dentadura permanente jovem e escasso no período da dentadura mista. Neste contexto, o presente estudo objetiva avaliar as repercussões periodontais nas tábuas ósseas vestibulares e palatinas dos dentes póstero- superiores, por meio de tomografia volumétrica de feixe cônico, por meio de uma revisão literária. Adicionalmente será apresentado um relato de caso clínico de uma paciente, raça xantoderma, com idade inicial de sete anos, relação molar de Classe I, bilateral, mordida cruzada do incisivo lateral superior direito decíduo e do canino inferior esquerdo decíduo, trespasse vertical com relação de topo a topo e atresia da pré-maxila. A face apresentava equilíbrio entre os terços faciais, padrão mesofacial, presença de selamento labial passivo, perfil reto e ligeira deficiência maxilar dando indícios que a paciente poderia vir a desenvolver o padrão III. O protocolo de tratamento escolhido foi a expansão rápida da maxila, com aparelho disjuntor de Haas, ativação do parafuso durante dez dias, sendo 2/4 pela manhã e 2/4 de volta a tarde. Após o término da ativação do parafuso expansor e abertura da sutura palatina mediana, avaliada clinicamente, pela abertura de diastema entre os incisivos centrais superiores e pela da sobrecorreção transversal com as cúspides palatinas superiores ocluindo nas cúspides vestibulares inferiores e, pela radiografia oclusal de maxila, instalou-se a máscara facial, com protocolo de quatorze horas por dia, onde fez uso por um ano. No arco inferior foi instalado o aparelho mantenedor de espaço, arco lingual de Nance, devido ao apinhamento primário na região ântero- inferior, permitindo assim, que o crescimento mandibular se manifeste de forma genética, por meio da manutenção do perímetro do arco e aproveitamento do espaço disponível de Nance. O aparelho disjuntor de Haas permaneceu como contenção, para apoio da máscara facial, até sua remoção. Foi realizada tomografia da maxila antes de iniciar o tratamento e após um ano e meio, para avaliação das repercussões periodontais nas tábuas ósseas vestibulares e palatinas dos dentes póstero-superiores. Ao término do tratamento a paciente encontrava-se com trespasse horizontal positivo sobrecorrigido, trespasse vertical normal e bom relacionamento dos arcos dentários superior e inferior no sentido transversal e sagital. Não houve danos prejudiciais, significantes, nas tábuas ósseas vestibulares e palatinas, no entanto, houve um suave aumento na inclinação vestibular dos dentes póstero-superiores e suave perda em dimensão vertical, em longo prazo, porém, não significantes clinicamente.