AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA E HISTOLÓGICA DA OSSEOINTEGRAÇÃO DE IMPLANTES INSTALADOS NA TÍBIA DE RATOS ALCOOLIZADOS

Abstract

A Organização Mundial da Saúde, estima que 2 bilhões de pessoas no mundo consumam bebidas alcoólicas. Estudos mostram que pacientes alcoólicos estão mais sujeitos as fraturas, e alterações na regeneração óssea. Por outro lado, a literatura é falha em estudos que avalie o comportamento de implantes nestes casos. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar por meio de testes biomecânicos e análise histológica os implantes instalados em tíbias de animais que receberam álcool previamente. Para tanto, foram utilizados 30 ratos machos, divididos em 2 grupos de 15 animais, sendo: Grupo 1: animais não-alcoolizados, também chamado de grupo controle e Grupo 2: animais alcoolizados. Nos grupos 1 e 2 foram instalados implantes de 2.2 mm x 4 mm em ambas as tíbias, porém no grupo 2, os implantes foram instalados 30 dias após o início da administração de álcool via oral (36%). Os alvéolos cirúrgicos foram preparados com uma fresa de 2 mm montada em contra-ângulo 20:1 e motor para implante com torque de 35 N e velocidade de 1490 rpm. Cinco animais de cada grupo experimental foram eutanasiados nos períodos de 15, 30 e 60 dias após a instalação dos implantes. Para avaliação bimocânica dos resultados foi realizada análise do torque reverso em uma das tíbias. Na outra tíbia foi realizada a análise histológica em cortes descalcificados. Os resultados histológicos demonstraram que após 60 dias no grupo controle foi observada remodelação óssea; no grupo álcool notou-se remodelação com intensa atividade osteoclástica e presença de tecido ósseo primário. Os resultados biomecânicos foram analisados pelos testes não paramétricos de Kruskal- Wallis e Dunn (p<0,05). Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos em todos os períodos avaliados (p<0,0001). A análise entre períodos demonstrou redução significante do torque reverso após 15 dias para os dois grupos, no entanto após 60 dias o torque aumentou para ambos os grupos (p<0,05), porém com diferenças entre eles. Conclui-se que a utilização sistêmica de álcool pode interferir na osseointegração e na remodelação óssea ao redor de implantes.