GRANULOMA PIOGENICO ASSOCIADO A IMPLANTES OSTEOINTEGRADOS: REVISTA DA LITERATURA E RELATO DE CASO CLÍNICO

Abstract

O Granuloma Piogênico (GP) é uma lesão benigna de tecido mole que se caracteriza pela proliferação excessiva de tecido conjuntivo como resposta a uma agressão física, química e/ou bacteriana em mucosas ou pele. A boca é o local mais afetado, podendo ter ainda como fatores predisponentes alterações hormonais. O tratamento indicado é, preponderantemente, a remoção cirúrgica radical muitas vezes com margem de segurança e um controle em longo prazo. A associação desta entidade patológica com os implantes osteointegrados (IO) pode ocorrer, porém é rara. Este trabalho tem o objetivo de apresentar um caso clinico de GP reincidente, relacionado com uma reabilitação oral através de prótese sobre IO. O paciente foi submetido a uma reabilitação oral com implantes e próteses totais fixas. Após 14 meses de conclusão da mesma, o paciente retornou em um dos controles relatando aumento volumétrico junto à região do dente 33. Verificou-se presença de lesão exofítica, eritematosa, sanguinolenta, com aspecto ulcerado de aproximadamente 12 mm em sua maior extensão. Não se observou alterações radiográficas a mesma. Realizou- se a exérese cirúrgica e enviado a peça para exame anatomopatológico, que confirmou a hipótese clínica de granuloma piogênico. Após cinco meses o paciente relatou aumento volumétrico associado à região dos dentes 43 e 33. Ao exame clínico verificou aspecto similar ao observado anteriormente. Constatou-se que não havia associação sistêmica da lesão e assim as lesões foram excisadas com margem de segurança, com estas peças diagnosticou-se no exame anatomopatológico o GP. No momento, o paciente apresenta-se com sete meses de pós-operatório sem sinais de recorrências. As formas de prevenção e as possibilidades etiológicas do GP, usualmente, associa-se a dentes comprometidos periodontalmente e/ou agressões físicas, que este proporciona à mucosa. Junto ao IO associa-se a presença do GP, devido à dificuldade de higiene proporcionada algumas vezes por esta forma de reabilitação. Neste trabalho podemos constatar que a escassa presença de mucosa queratinizada pode ser um fator contribuinte ao aparecimento do GP. Deste modo, podemos concluir que os pacientes a serem reabilitados com IO devam ser orientados sobre a terapia de manutenção adequada, o que pode muitas vezes exigir recuperação da quantidade e qualidade dos tecidos gengivais adjacentes ao IO.