EFEITO DO TRATAMENTO COM ALENDRONATO OU RALOXIFENO SOBRE AS CÉLULAS DO LIGAMENTO PERIODONTAL E TECIDO ÓSSEO EM RATAS OSTEOPORÓTICAS

Abstract

A osteoporose é uma doença óssea metabólica que pode afetar os ossos maxilares de maneira importante, especialmente após a menopausa quando cessa a produção do estrógeno, dificultando os processos de reparação óssea após procedimentos cirúrgicos. Diferentes drogas têm sido utilizadas na tentativa de se inibir ou minimizar a perda óssea decorrente desta condição por meio de inibição osteoclástica, ou de se mimetizar a ação estrogênica com o uso de modeladores específicos para receptores de estrógeno, como os bisfosfonatos e o raloxifeno, respectivamente. Deste modo, o objetivo do presente estudo foi o de avaliar as características histológicas dos tecidos do periodonto de sustentação do incisivo superior de ratas osteoporóticas submetidas ou não à terapia com raloxifeno ou alendronato por meio de análises microscópica, histométrica e imuno-histoquímica. Foram utilizadas 40 ratas Wistar fêmeas submetidas à extração do incisivo central superior direito, divididas em quatro grupos, de acordo com o tratamento recebido: Grupo I – Sham: ratas submetidas a cirurgia fictícia de ovariectomia; Grupo II – Osteoporose: ratas submetidas à procedimento de ovariectomia; Grupo III – Alendronato: ratas submetidas à ovariectomia e tratadas com alendronato (0,1mg/Kg/dia); Grupo IV: Raloxifeno: ratas submetidas à ovariectomia e tratadas com raloxifeno (0,1mg/Kg/dia). Após 35 dias do início do tratamento medicamentoso todos os animais foram eutanasiados para remoção dos espécimes e análise do terço médio dos alvéolos. A análise microscópica revelou ligamento periodontal ligeiramente desorganizado com preservação do cemento nos animais tratados com alendronato e raloxifeno. As ratas ovariectomizadas sem tratamento exibiram maior desorganização dos tecidos periodontais e áreas de reabsorção da superfície radicular. A imunomarcação para osteoprotegerina mostrou-se mais intensa nos grupos experimentais que no grupo sham. A marcação para RANKL foi mais intensa nos osteócitos das ratas osteoporóticas sem tratamento e tratadas com o raloxifeno. A proteínas não-colagênicas da matriz óssea, osteocalcina e osteopontina, mostraram-se mais evidentes no osso alveolar do Grupo Alendronato. Maior atividade de diferenciação osteoblástica, revelada pela marcação de RUNX 2, foi observada no Grupo Osteoporose, enquanto que marcação mais intensa para células osteoclásticas (TRAP) foi evidenciada no Grupo Alendronato, porém, igualmente no Grupo Osteoporose. Os resultados do presente estudo mostram que ocorrem alterações na expressão de diferentes proteínas durante a indução de osteoporose e após as diferentes terapias anti-osteoporose propostas. As respostas parecem se direcionar para a ativação da reabsorção tecidual, no entanto, mais estudos devem ser realizados no sentido de se elucidar principalmente como estas manobras podem ser evitadas.