ALTERAÇÕES CITOGENÉTICAS OBSERVADAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS E INTERPROXIMAIS

Abstract

Os exames radiográficos proporcionam grande benefício ao exercício da Odontologia, porém o seu uso deve estar indicado mediante justificativa clínica, pois mesmo uma baixa dose de radiação é capaz de provocar efeitos biológicos deletérios e cumulativos nos tecidos humanos. Nosso objetivo foi verificar a ocorrência de alterações celulares, por meio da citotoxidade sobre o epitélio da mucosa bucal. Foram avaliados 60 pacientes com indicação para a realização de radiografias periapicais e interproximais. Estes pacientes foram divididos em dois grupos: aqueles que realizaram uma única radiografia periapical e/ou interproximal em um dos lados (direito e/ou esquerdo) e aqueles que realizaram mais de uma radiografia por lado, em uma única sessão. As amostras de células foram colhidas imediatamente antes da exposição radiográfica e sete dias depois. As amostras foram processadas e analisadas a frequência de micronúcleos, cariólise, picnose e cariorrexe, indicadores de danos celulares. A frequência de micronúcleos observada no grupo que realizou apenas uma radiografia (8,75±3,6/1000 células) e o grupo que realizou várias (5,24±1,25/1000 células) não foi estatisticamente diferente (p>0,05), mas os dois grupos apresentaram diferença estatística (p<0,05) em relação ao controle (1,85±0,74/1000 células). Quando foram contabilizadas as outras alterações nucleares (cariólise, picnoce e cariorrexe), o grupo com uma única radiografia (41,8±19,2/1000 células) foi semelhante (p>0,05) ao grupo com mais de uma radiografia (49,72±13,74/1000 células), mas ambos foram estatisticamente maiores que o controle (8,93±2,7/1000 células). Estes resultados mostram que a formação de micronúcleos e outras alterações nucleares ocorrem independentemente do número de radiografias intrabucais a que o paciente é exposto.