A ATIVIDADE LÚDICA NO DECORRER DO PROCESSO QUIMIOTERÁPICO

Abstract

As neoplasias e suas interfaces atualmente têm gerado inúmeros estudos científicos, principalmente aquelas que têm como prognóstico a cura. As doenças oncológicas mais diagnosticadas na infância são as leucemias, tumores do sistema nervoso central (SNC) e linfomas, sendo que o tratamento na maioria dos casos constitui-se principalmente em quimioterapia. Durante este processo é imprescindível a intervenção de uma equipe interdisciplinar, por tratar-se de uma doença que não afeta apenas o biológico, mas também os aspectos psicológicos e sociais, interferindo assim no desenvolvimento das atividades de rotina do indivíduo. A terapia ocupacional pode intervir em qualquer fase, seja no diagnóstico, tratamento ou nos cuidados paliativos e devido aos componentes de desempenho e áreas ocupacionais possivelmente afetadas, seu trabalho é baseado nos aspectos físicos, psicológicos e sociais do paciente. O presente trabalho enfoca a contribuição das atividades lúdicas durante o tratamento quimioterápico de crianças. Objetiva-se verificar a contribuição da terapia ocupacional na visão das crianças e dos seus familiares atendidos no setor de quimioterapia pediátrica do Hospital Estadual de Bauru (HEB) e sua influência em todo o processo de tratamento. Participaram deste estudo 7 crianças na faixa etária de 2 a 15 anos e seus respectivos acompanhantes. O projeto teve duração de 15 semanas, tendo 3 horas cada encontro. Inicialmente foi aplicado um roteiro de anamnese com o propósito de conhecer o histórico clínico, familiar e cultural da criança atendida, além de suas preferências, resultando na elaboração de um cronograma de atividades lúdicas a serem desenvolvidas no decorrer do projeto. E ao final dos encontros, foi aplicado um questionário para verificar a eficácia do trabalho. Os acompanhantes afirmaram ter observado mudanças positivas no estado emocional das crianças, pois elas ficavam mais descontraídas, choravam e reclamavam menos, ficavam mais calmas e felizes sendo mais receptivas ao tratamento.