ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES DOS ARCOS PLANTARES EM PACIENTES AMPUTADOS UNILATERALMENTE DE MEMBRO INFERIOR E SUA RELAÇÃO COM ALTERAÇÕES POSTURAIS

Abstract

A amputação é, talvez, a cirurgia mais antiga realizada na história da medicina. Em algumas escavações foram encontrados vestígios de membros amputados do período neolítico. O desenvolvimento do pé envolve a formação de arcos plantares. Entre eles está o arco longitudinal medial e alterações em sua forma alteram a funcionalidade do pé levando a complicações de toda a postura. Mudanças na biomecânica tanto da fáscia plantar como da musculatura que a sustenta podem gerar alterações no arco plantar. Quando a fáscia está alongada e a musculatura enfraquecida, o arco longitudinal medial estará rebaixado, chamado de pé plano e, quando associado à pronação excessiva da articulação subtalar, o retropé se tornará valgo. Já quando a fáscia e/ou a musculatura está tensa e encurtada, haverá aumento do arco plantar, chamado pé cavo e, em associação à supinação da articulação subtalar, o retropé se tornará varo. A deformação do pé será sempre responsável por uma má posição pélvica. Sabe-se que indivíduos amputados de membro inferior podem apresentar esta deformação, alterando seu centro gravitacional, por conseguinte o equilíbrio estático e de sua base de sustentação do corpo. O objetivo desta pesquisa foi verificar a incidência de deformidades no pé, utilizando os parâmetros de avaliação dos arcos plantares com análise da pedigrafia e associado às alterações posturais em pacientes amputados unilaterais de membro inferior, atendidos no Programa de Reabilitação do Instituto Nacional do Seguro Social – Bauru. Foram sujeitos desse trabalho 10 pacientes amputados de membro inferior unilateral. Foi realizada avaliação dos pacientes utilizando a classificação de VALENTI, na qual se emprega a relação entre as medidas plantar do médio pé e do ante pé. Define como Pé cavo: médio pé menor que 1/3 da medida do ante pé, Pé normal: médio pé 1/3 da largura da impressão plantar do ante pé e Pé plano: médio pé superior a 1/3 da largura do ante pé. As impressões plantares foram obtidas utilizando um Pedígrafo. As frequências observadas dos níveis de amputação foram: transfemural 60%, transtibial 30% e desarticulação de joelho 10%. A ocorrência de desalinhamento do ombro nas fases foi de 100% na pré e 90% na pós protetização. O desalinhamento da pelve, no final foi constatado em apenas 30% dos sujeitos, sendo que na fase de pré protetização era de 90%. O posicionamento da tíbia foi 100% de rotação externa na fase de pós protetização, sendo que na pré protetização, 80% apresentavam rotação externa e 20% normal. Na comparação das alterações do arco plantar, 60% dos sujeitos mantiveram mesma situação de início, enquanto em 40% dos casos, houve uma diminuição do arco plantar. Com a perda do membro inferior, o paciente fica propenso à descarga total do peso corporal no membro sadio, este recebe todo impacto e descarga que aquela pessoa imprimi, sendo assim, alguns mecanismos musculares e ligamentares responsáveis pela marcha ficam mais potencializados, causando disfunções no arco plantar, disfunções de rotação da tíbia e consequentemente levando um quadro de alteração de alinhamento para pelve e tronco, quadro esse que foi minimizado com a protetização.