AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO COM CACAU – Theobroma cacao L. SOBRE O CRESCIMENTO DO TUMOR ASCÍTICO DE EHRLICH EM FASE DE PRÉ E PÓS- IMPLANTAÇÃO TUMORAL EM CAMUNDONGOS SUÍÇOS.

Abstract

Câncer é a segunda causa de morte por doença no Brasil e um dos fatores desencadeantes é a presença de radicais livres que resultam em mudanças na estrutura do DNA ocasionando rearranjos gênicos e o surgimento de oncogenes. O uso de substâncias antioxidantes contribuem para a neutralização destes radicais, podendo ser utilizados para atividade terapêutica. Por apresentar vários componentes com atividade antioxidante e antineoplásicos, o cacau (Theobroma cacao L.) gera um grande interesse de ser estudado, já que nele se encontram substâncias como os flavonóides. Dentre estes se destacam as procianidinas, associadas a um estímulo na produção do óxido nítrico, um derivado do oxigênio com potente efeito citotóxico e muito estudado por suas propriedades antitumorais. Neste estudo avaliamos o efeito do tratamento com solução de cacau em camundongos portadores do tumor de Ehrlich, para tanto foram constituídos quatro grupos de 7 animais cada. Um grupo foi tratado por sete dias com solução de cacau, 0,1mL 1x/dia, via oral e outro grupo com água destilada, 0,1mL, 1x/dia via oral. Decorridos os sete dias os quatro grupos foram inoculados com 0,1mL de suspensão contendo 104 células tumorais por mL, por via intraperitoneal. Os grupos que já haviam iniciado o tratamento seguiram o mesmo esquema por mais dez dias. Os outros dois grupos iniciaram o tratamento 24h após o implante, no mesmo esquema dos grupos já citados e mantido o tratamento por dez dias. Ao final do período de tratamento os animais foram eutanasiados com dose letal de ketamina e xylasina. O tratamento prévio com solução aquosa de cacau mostrou uma tendência em reduzir o número total de células presentes no lavado peritoneal e a produção de NO, reduziu significativamente o número de células mononucleares e mostrou tendência à redução no número de células tumorais e aumento no espraiamento de macrófagos. O tratamento pós-implante tumoral com solução aquosa de cacau mostrou uma tendência em reduzir o número total de células presentes no lavado peritoneal, não afetou a produção de óxido nítrico e o influxo de células mononucleares, mostrou uma tendência ao aumento no número de células tumorais, não afetando o espraiamento de macrófagos. O tratamento prévio com solução de cacau, em nosso modelo experimental, foi mais efetivo no controle do crescimento tumoral, enquanto o tratamento pós-implante apresentou efeito inverso, favorecendo o crescimento neoplásico.