DIABETES MELLITUS COMO FATOR DE RISCO PARA A DOENÇA DE ALZHEIMER: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Abstract

O Diabetes Mellitus (DM) se identifica como um grupo de distúrbios metabólicos caracterizados pela hiperglicemia e falhas no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos como resultado da falha na secreção ou ação da insulina, podendo ser ambos. Como complicações o indivíduo pode apresentar, além da hiperglicemia, disfunções em vários órgãos como rins, olhos, coração e também nos vasos sanguíneos, sendo que no ano de 2019 haviam 463 milhões de pessoas portadoras correspondendo a 9,3% da população mundial. Já a Doença de Alzheimer (DA), descoberta em 1907 por Alois Alzheimer, é atualmente o tipo de demência mais comum nos países desenvolvidos. É uma doença neurodegenerativa caracterizada por ser progressiva e irreversível, e que acomete o sistema nervoso (SN) sendo responsável pela perda da memória e distúrbios cognitivos que prejudicam a qualidade de vida do portador. A doença acomete principalmente idosos, mas pode ocorrer desde a vida adulta. A alta prevalência da DA pode ser explicada pelo envelhecimento populacional com crescente expectativa de vida, tornando-a um grande desafio para a Saúde Pública. Isso acontece pois muitos pacientes não são diagnosticados, tornando a doença subnotificada, além de se tratar de uma doença que atualmente não possui cura. Dados de 2017 indicam que o número de portadores estava em aproximadamente 35,6 milhões a nível mundial. A patologia pode ocorrer a partir da presença de acúmulo de proteína beta-amilóide ou emaranhados neurofibrilares presentes no tecido cerebral, além de anormalidades no gene da apolipoproteína E. Alguns estudos demonstraram uma relação entre a DM e a DA demonstrando que a DM pode ser um fator de risco para o DA, sendo que alguns caracterizam o DA como sendo um tipo de “diabetes tipo 3”, além de observarem a presença de acúmulo de beta-amilóide em animais que possuíam um quadro induzido de diabetes. Além disso, as duas patologias possuem alterações semelhantes entre si, como o estresse oxidativo e a inflamação. Com isso, objetivou-se descrever a fisiopatologia tanto da DA quanto da DM, além de realizar um estudo de revisão de literatura a fim de descrever a possível relação do Diabetes Mellitus com a Doença de Alzheimer através de dados científicos já publicados em bases de dados online.