AVALIAÇÃO DA REGULARIDADE DAS FASES DO CICLO ESTRAL E DA HISTOMORFOMETRIA DO CORNO UTERINO E OVÁRIO DE CAMUNDONGOS SUÍÇOS FÊMEAS SUBMETIDAS AO USO DIÁRIO DO CLORIDRATO DE FLUOXETINA

Abstract

A depressão é reconhecida como um transtorno de humor que pode ocorrer em todas as faixas etárias, sendo sua característica principal a perda de interesse pelas atividades diárias. Fármacos da classe Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRSs) representam uma das principais opções terapêuticas para este transtorno, no entanto, publicações recentes estão associando o uso deste medicamento à redução funcional e estrutural nos órgãos da reprodução. Partindo do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a variação ponderal, a ingestão de ração e a regularidade do ciclo estral de roedores submetidos ao uso diário do Cloridrato de Fluoxetina. Foram selecionados 20 camundongos suíços, fêmeas e adultas divididas em dois grupos: Grupo Controle (GC, n=10) tratadas com água e Grupo Fluoxetina (GF, n=10), tratadas como solução aquosa de fluoxetina na dose diária de 20 miligramas. Durante três semanas de tratamento foram realizados os testes de esfregaço vaginal para identificação das fases do ciclo estral. Os animais foram pesados semanalmente e a ingestão de ração consumida mensurada todos os dias. Os dados obtidos foram avaliados com auxílio do Software Sigma Stat versão 5 ®, pelo Teste T-Student (p<0,05). De acordo com os resultados obtidos, quanto a variação ponderal, o grupo tratado com a Fluoxetina apresentou aumento estatisticamente significativo (p=0,003) do peso durante as 3 semanas de tratamento. A mesma alteração não foi observada no grupo controle (p=0,358). Em relação a ingestão alimentar, não foram evidenciadas alterações na comparação dos grupos. O grupo fluoxetina reduziu a ocorrência da fase estro nos animais tratados quando comparados ao grupo controle (p=0,030). A fluoxetina utilizada por três semanas promoveu aumento de peso e reduziu a ocorrência da fase estro, que representa o “cio” ou período de acasalamento de roedores, sugerindo possível interferência na fertilidade dos animais tratados. Novos estudos estão sendo realizados para avaliação histológica do útero e ovários dos animais aqui tratados. Novas pesquisas devem ser realizadas quanto à dosagem hormonal dos estrógenos e da progesterona, principalmente porque regulam o ciclo estral dos roedores.