EFEITO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA COM CORRENTE RUSSA NO REPARO MORFOLÓGICO DO NERVO FIBULAR COMUM E NA RECUPERAÇÃO FUNCIONAL DE RATOS APÓS NEURORRAFIA TÉRMINO-LATERAL

Abstract

Lesões de nervos periféricos podem levar a uma perda funcional elevada ao paciente. Por isso, estudos procuram sugerir e aprimorar técnicas cirúrgicas e tratamentos póscirúrgicos com a finalidade de minimizar o prejuízo e melhorar o desempenho de um músculo reinervado. A neurorrafia término-lateral (NTL) é uma técnica de grande importância que permite a utilização de qualquer nervo como nervo doador, sem que o mesmo sofra qualquer tipo de lesão ou perda funcional. A atrofia das fibras musculares é mais intensa nos períodos iniciais de desnervação e será determinada em função do tempo de regeneração axonal. A eletroestimulação minimizaria este quadro, induzindo reparo tecidual e aumentando a força muscular. Esta pesquisa teve como objetivo investigar a eficiência da estimulação elétrica com Corrente Russa, durante 45 dias, no reparo morfológico do nervo fibular comum e na recuperação funcional de ratos após neurorrafia término-lateral. Foram utilizados 50 ratos da linhagem Wistar, machos, com 80 dias de vida, fornecidos pelo Biotério Central da Universidade do Sagrado Coração (USC). Os animais foram divididos aleatoriamente em cinco grupos experimentais: Grupo Controle Inicial (GCI), Grupo Controle Final (GCF), Grupo Desnervado (GD), Grupo Experimental Não Tratado (GENT), Grupo Neurorrafia Término-Lateral com Estimulação Russa (GER). Foram realizadas avaliações funcionais e análises morfométricas do tecido nervoso dos ratos de todos os cinco grupos comparando a regeneração nervosa entre os grupos. Os resultados obtidos mostraram que o grupo GER apresentou diferença estatisticamente significante quando comparado ao grupo GENT em relação à média das áreas das fibras nervosas (21,38 µm² / 16,00 µm²) e das bainhas de mielina (14,23 µm² / 10,32 µm²). Os grupos GER e GENT não apresentaram diferença na análise funcional da marcha. Baseado na metodologia utilizada pode ser concluído que houve regeneração axonal e melhora da mielinização das fibras nervosas. A Corrente Russa atuou positivamente na recuperação morfológica.