A PRODUÇÃO TEXTUAL E AS CARACTERÍSTICAS DE LINGUAGEM DO TELEJORNALISMO CONTEMPORÂNEO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE JORNAL NACIONAL E JORNAL DA RECORD

Abstract

O presente trabalho analisa as características da linguagem do telejornalismo contemporâneo por meio de um estudo comparativo dos telejornais Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record, da Record TV, ambos noturnos e de emissoras da televisão aberta brasileira, no período de 1/8/2017 a 6/9/2017. Pretende-se explicitar a experimentação de novas linguagens, produção textual e maneiras de apresentação, bem como no que se divergem nesses aspectos. Além de pesquisa bibliográfica e documental que recorre às origens da televisão, telejornalismo, linguagem e produção textual para telejornalismo, as orientações e ensinamentos dos principais manuais de telejornalismo, em especial da bibliografia brasileira, e contrapõe-se esses dados com o telejornalismo contemporâneo. Tal estudo ancora- se metodologicamente na análise de conteúdo, que oferece formas de mensurar qualitativa e quantitativamente os aspectos mencionados. Optou-se por elencar dados sobre os tipos de conteúdo produzidos por estes telejornais no período mencionado, bem como a construção de espelhos, gráficos e ficha de categorização de análise do corpus, assim como sugere o método. Pretende-se, com tal estudo apontar mudanças na linguagem e produção textual do telejornalismo brasileiro e em quais categorias essas novidades são mais exploradas, identificando as principais características na linguagem telejornalística contemporânea. Além disso, espera-se verificar se os Manuais de Telejornalismo que servem como base para ensino de redação de jornalismo televisado vêm sendo aplicados na produção telejornalística contemporânea; identificar fatores presentes na linguagem e os responsáveis por possíveis alterações nos padrões; verificar outros aspectos na apresentação dos telejornais que estão ancorados à diversificação da linguagem diante de um contexto marcado por novas tecnologias, convergência midiática, o enxugamento das redações e o perfil do jornalista multiplataforma que dialoga com o público. Se, por um lado, assim como o fazer telejornalismo vem se adequando a novos comportamentos contemporâneos e à dinâmica da chamada nova era da informação, da sociedade em rede e de um novo experimentar do exercício profissional e do emprego da linguagem, por muitas vezes híbrida e convergente, ressalta-se que, para suprir as lacunas deixadas pelas publicações dos manuais que servem de referência ao estudo do telejornalismo que nem sempre acompanham as mudanças no mesmo compasso, na sala de aula, há professores antenados que tentam suprir tais vazios ou faltas trazendo exemplos atuais, instigando alunos à observação sistemática dos telejornais e incentivando o consumo dos produtos noticiosos, mesmo por gerações familiarizadas com outro tipo de linguagem e conteúdo. Assim, a presente pesquisa chama atenção para a importância de um ensino atualizado na academia de jornalismo, que atenda às expectativas das principais evoluções tecnológicas e que seja atento as novas maneiras de apresentação e redação para TV. Contribui, ainda, para a própria categoria de jornalistas de TV e estudantes, que procuram dados e observações atualizadas desses produtos que são norteadores dos principais índices de audiências atuais