AS FILHAS DA IRMÃ LUA: ETNOGRAFIA EM UM MOSTEIRO DE MONJAS CLARISSAS ENCLAUSURADAS

Abstract

O presente artigo buscará compreender algumas particularidades de uma religiosidade de um grupo de monjas paulistas da Ordem de Santa Clara de Assis. Para tanto, se faz necessário a reflexão sobre as continuidades e descontinuidades que ocorreram neste contexto, investigando as recomposições da vida religiosa clariana na atualidade. Faremos uma breve incursão histórica desde as fundações do franciscanismo até as transformações que vêm ocorrendo nos institutos de vida consagrada que afetam, também, a religiosidade clariana. O trabalho de campo no mosteiro foi elaborado no intuito de compreender as motivações para o ingresso e permanência na clausura, observando o cotidiano do grupo no claustro e refletindo sobre as relações internas e externas à instituição religiosa. O mosteiro paulista da Ordem de Santa Clara, sendo mais uma manifestação do catolicismo, dentre as demais, demonstrou o dinamismo e plasticidade característicos desta religião representados pela adaptação à modernidade contemporânea; embora tenham preservado, concomitantemente, as práticas de oração contemplativa, pobreza e clausura. O estudo dessa religiosidade possibilitou a compreensão dos sentidos e significados atribuídos à eclesialidade contemplativa e permitiu conhecer qual a importância da vida religiosa monástica feminina nos dias atuais.