INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS DE VIDA EM CASAIS COM HISTÓRICO DE ABORTO ESPONTÂNEO

Abstract

O aborto espontâneo é a adversidade mais comum de uma gravidez, sendo, muitas vezes, de etiologia desconhecida. Ocorre antes da 24ª semana de gestação, e é classificado como esporádico ou de repetição e sua etiologia pode ser tanto materna quanto paterna. O aborto espontâneo possui origem multifatorial, de causas genéticas e não genéticas, que podem estar interligadas. Embora seja alvo de numerosos estudos, a causa é desconhecida em 50% dos casos. Dentre os fatores genéticos, destacam-se as anormalidades cromossômicas e polimorfismos; além disso, hábitos de vida como tabagismo, ingestão de álcool, cafeína, uso de drogas, horas de sono, atividades físicas, dieta, exposição à altas temperaturas ou tóxicos estão sendo cada vez mais enumerados como causas de perdas gestacionais. Comprovadamente, modificações no estilo de vida aumentam a fertilidade humana e podem diminuir as chances de abortamentos. O objetivo do presente estudo foi de avaliar a influência dos hábitos de vida de casais com histórico de abortamentos espontâneos. A pesquisa contou com 23 casais que responderam os questionários junto ao TCLE. Foi possível identificar que a maioria dos indivíduos possuíam hábitos de vida que são relacionados à infertilidade e abortos espontâneos. Nos homens foi evidenciado alto consumo de cafeína, poucas horas de sono por dia, apesar das horas de sono serem gozadas no horário regular e grande parte se declarou fumante passivo. Nas mulheres, grande parte delas se declarou ser fumante passivo. No exame de cariótipo de aborto espontâneo foi evidenciado que o cariótipo mais frequente era o de 46,XX. Conclui-se que os casais devem buscar por outras causas dos abortos ocorridos e que mudanças nos hábitos de vida favorecem maiores taxas de fertilidade.