O MOVIMENTO HIP HOP CONTEMPORÂNEO E AS RELAÇÕES DE GÊNERO: (DES) CONSTRUÇÕES NECESSÁRIAS

Abstract

A presente pesquisa teve como objetivo introduzir o diálogo entre as complexas relações de gênero que permeiam nossa sociedade por meio do movimento hip hop, crescente na cena musical em nosso país. Nesta investigação, foram abordados os discursos sexistas que circundam o movimento, observados nas obras dos artistas Djonga e Criolo. Ambos os rappers emergiram no cenário artístico nos últimos anos e possuem grande participação no movimento ativista, nas produções midiáticas musicais que englobam temas de cunho racial, socioeconômico e, ademais, de gênero. Partimos de uma análise dos álbuns já produzidos pelos artistas selecionados, de modo a contextualizar suas fases musicais com o objetivo de discutir suas desconstruções internas que ocorreram devido às pressões externas do público ouvinte. Para tal, foi realizado uma revisão bibliográfica para alicerçar a pesquisa, bem como uma análise das discografias dos artistas selecionados, além da análise de entrevistas e de programas televisivos em que participaram, para um tratamento mais amplo da discussão. Os procedimentos e técnicas desta pesquisa consistiram em análise documental, seguida do processo de catalogação dos materiais e análise dos resultados obtidos, bem como de discussão historiográfica. Em suma, pretendeu-se acrescentar às discussões acerca das relações de gênero, bem como fomentar novos debates e visões em relação ao movimento hip hop e aos artistas periféricos.