Uma análise sociopolítica da emancipação das mulheres brasileiras no século XX, sob a perspectiva da seção FEMINISMO do jornal O PAIZ

Abstract

Esta pesquisa buscou analisar o importante papel dos periódicos na divulgação dos movimentos de emancipação feministas, que ocorreram no início do século XX e que deram voz e espaço para as reivindicações dos direitos das mulheres, diferente da maioria das publicações que narravam a participação das mulheres na sociedade segundo sua ótica, representando-a como cuidadora da família, responsável pela tarefa e harmonia do lar e da educação dos filhos. O periódico escolhido para abordar a mudança de cenário das pautas da imprensa é o jornal de circulação diária O PAIZ, fundado no Rio de Janeiro em 1º de outubro de 1884 por João José dos Reis Júnior. Este jornal se destacou por suas opiniões políticas e participação nas campanhas abolicionista e republicana, já que começou a circular em um período histórico que antecedeu a Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, e a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888. Apesar de O PAIZ não ser um periódico feminista, ele passou a contribuir com estes ideais. O objetivo da pesquisa foi analisar a coluna intitulada “o Feminismo”, publicada no jornal nos anos finais da década de 1920 e escrita pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que se encontra disponível online no site da Hemeroteca Digital. O intuito foi entender a importância das pautas ali apresentadas e compreender as representações e contribuições desta fonte jornalística para o movimento feminista e para a luta das mulheres brasileiras e pesquisar as narrativas deixadas por aquelas que escreveram em O PAIZ, as histórias, os temas discutidos e as reivindicações nele apresentadas. A metodologia consistiu na análise do periódico em questão, junto de pesquisas bibliográficas, visando exaltar a importância político-social do jornal para a propagação das ideias feministas da época. Resultante desta pesquisa, constatou-se que a união das mulheres, em destaque as da FBPF, foi determinante para ascender e reafirmar os anseios destas mulheres, já não mais dispostas a se contentar em cumprir um papel social secundário em suas próprias histórias.