SAÚDE MENTAL E VIDA ACADÊMICA: O IMPACTO DA COVID-19 EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Abstract

O novo coronavírus é uma doença que se alastrou rapidamente por todo o globo causando milhões de mortes. Devido a sua rápida disseminação, foi considerada pela OMS como uma pandemia, o que fez com que os países adotassem a quarentena e outras diferentes estratégias para tentar conter o vírus. Assim como diversos países, o Brasil também aderiu as medidas de contenção do vírus, o que ocasionou diversas mudanças em diferentes âmbitos da sociedade como um todo. Partindo desse contexto, o presente estudo buscou investigar como a pandemia afetou os aspectos psicológicos de estudantes universitários, rastreando possíveis traços de ansiedade, depressão e estresse durante este período. Além disso, devido a mudança das aulas presenciais para a modalidade remota, este estudo também buscou investigar quais foram os impactos dessa transição das aulas nos estudantes, segundo a autopercepção dos mesmos no que tange a: eficiência na aprendizagem (autorreferida), principais dificuldades percebidas, cumprimento de prazos, comunicação com colegas e professores, participação/frequência em aulas, diferenças na rotina de estudos, percepção geral em relação a própria saúde mental. Para tanto, esta pesquisa contou com 55 estudantes universitários que cursaram ao menos um semestre de forma presencial e ao menos um semestre durante o ensino remoto emergencial, para que fosse possível realizar uma comparação entre eles no que se refere aos aspectos supracitados. Foram aplicados dois instrumentos para investigar as variáveis relacionadas a este estudo, um questionário desenvolvido pelo próprio autor com o intuito de avaliar aspectos referentes à vida acadêmica do participante e também a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) cuja finalidade foi mensurar sinais de depressão, ansiedade e estresse nos estudantes universitários. Dentre os resultados obtidos, no que se refere aos impactos psicológicos a grande maioria dos participantes apresentaram níveis clínicos de estresse, depressão ou ansiedade, sendo que grande parcela deles apresentou também comorbidades entre duas patologias. Já quanto aos impactos acadêmicos, grande parte dos estudantes se mostrou descontente com o ensino remoto emergencial. Apesar dos participantes dessa pesquisa em sua maioria não terem sido prejudicados diretamente no que se refere aos equipamentos e locais disponíveis para um estudo de qualidade, muitos apresentaram dificuldades quanto a sua rotina de estudos, apresentando déficits em estratégias de estudos e dificuldades em se adaptar ao contexto pandêmico, o que pode ter culminado no elevado número de casos clínicos da pesquisa e para o grande descontentamento com o ensino remoto emergencial.