Progresso e Genocídio: o discurso de pacificação dos Kaingang nos jornais O Baurú e O Estado De São Paulo (1911 a 1916)

Abstract

No início do século XX, em plena expansão do café no interior do estado de São Paulo, houve a necessidade da abertura de matas para a chegada das ferrovias, o que trouxe intensos conflitos entre os Kaingang, de um lado, e “civilizados” do outro. Em 1910, o governo federal, através da criação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN), iniciou medidas para uma possível “pacificação” dos indígenas Kaingang, que se concretizou em 1912 e foi noticiada através de periódicos. Sob este contexto, o projeto teve como objetivo geral analisar o discurso de pacificação dos Kaingang do oeste paulista nos periódicos O Estado de São Paulo (1911 a 1916) e O Bauru (1911 a 1912), utilizando para isso coleta de dados do periódico O Bauru no acervo do Núcleo de Pesquisa e História do UNISAGRADO "Gabriel Ruiz Pelegrina", e coleta de dados do periódico O Estado de São Paulo por meio de seu acervo eletrônico Acervo Estadão1, além de análise e levantamento bibliográfico de autores que investigaram a questão Kaingang do centro oeste paulista. Assunto este de abundante importância, os resultados apontam que a população Kaingang foi aos poucos retirada de suas terras e incentivada a viver nos moldes da cultura e do mundo do trabalho do homem branco, e que após a pacificação, sofreu redução populacional considerável, restando em cerca de 4 anos poucas centenas de descendentes.